![A maior aldeia de xisto da Lousã não tem hordas de turistas](/assets/img/blank.png)
Uma habitante, com um sorriso, disse-nos que a aldeia ainda tem três jovens que vão para a escola. Outras há nesta região que não têm um único estudante.
No entanto, antes da emigração para França, havia muitos mais e tinham de ir a pé até Cerdeira. Não havia estrada, muito menos transporte público.
Segundo a mesma habitante, o isolamento foi o principal fator que levou à saída de muita gente.
![Pena Pena](/assets/img/blank.png)
De facto, Pena está rodeada de serra, de encostas muito altas, vegetação densa e com muitos castanheiros. Num dos lados, relativamente próximo, avistam-se escarpas rochosas que no cume têm os singulares Penedos de Góis, a mais de mil metros de altitude.
![Pena Pena](/assets/img/blank.png)
É aqui que fica um deles, o Penedo Abelha.
É ponto de interesse natural e geológico e tem este nome por, habitualmente, haver colmeias de abelhas. Um outro nome que as gentes locais lhe podiam ter dado era penedo leão porque tem algumas parecenças.
![Pena Pena](/assets/img/blank.png)
Uma das formas de aceder e escalar o penedo é através de um trilho entre a Pena e Povorais, a aldeia a maior altitude (850 metros) nesta parte da serra da Lousã.
O ponto de partida do percurso é na estrada, um pouco depois da ponte, e o grau de dificuldade não é muito elevado, em condições meteorológicas não adversas.
Os adeptos de Geocaching têm várias caches na Pena.
![Pena Pena](/assets/img/blank.png)
O isolamento, ainda no presente, regista-se pelo facto de Pena ser uma das quatro aldeias de xisto do concelho de Góis (as outras são Comareira, Aigra Nova e Aigra Velha) e todas elas estarem ligadas por estrada alcatroada.
No caso da Pena, para se fazer a ligação de Aigra Velha, tem de se andar três a quatro quilómetros por um caminho florestal. Um troço mais adequado para o Rally de Portugal quando passava na Lousã.
Uma alternativa ao transporte motorizado é o percurso pedestre que liga as quatro aldeias.
O melhor acesso rodoviário é pelo Esporão. A estrada é alcatroada e termina na ponte da ribeira da Pena, à entrada da localidade.
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A nascente da ribeira não está distante, a água é límpida e fresca e, uns metros à frente, pequenos desníveis são o suficiente para anunciar o percurso de água.
No calor do verão cativa os veraneantes para um banho. Num ambiente completamente natural. Há também moinhos de água.
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Um pouco antes da ponte temos uma visão de conjunto de Pena. Do casario a estender-se encosta acima, todo alinhado e com os tons escuros do xisto.
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Em termos gerais, os habitantes da aldeia tiveram cuidado na preservação das casas. Não são frequentes os casos de arrepiar a vista. Pelo contrário. Vasos nas escadas do balcão da Casa da Cerejinha (alojamento local) e roseiras dão colorido à rua.
![Pena Pena](/assets/img/blank.png)
Logo no início da rua da Cerejinha, passamos por debaixo da casa e em frente temos uma perspetiva interessante: a ladeira, com as casas alinhadas e um espaço, numa casa tradicional, que serve cafés e vende produtos tradicionais, licores e compotas caseiras.
Mais acima, está o chafariz, decorado com vasos de flores e rodeado de xisto com vários tons de castanho.
Quando olhamos para o outro lado do vale onde passa a ribeira, o cenário de fundo é a encosta de rochedos, as pedras a galgar a serra até ao alto.
Tudo rude, tudo natural, tudo genuíno. Sem hordas de turistas.
![Pena Pena](/assets/img/blank.png)
O que é uma pena, para os cães que, habitualmente, vão esperar os visitantes e farejam guloseimas. Dois cães grandes, amarelos, ficaram satisfeitos com algumas bolachas.
A Pena do Penedo Abelha faz parte do podcast semanal da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, A Pena do Penedo Abelha, pode ouvir aqui.
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