![Entre a encosta e o mar: o dia a dia na Fajã dos Vimes, um lugar essencial da ilha de S. Jorge](/assets/img/blank.png)
Estão classificadas pela Unesco como Reserva da Biosfera.
Ao todo, há mais de 70 fajãs na ilha e uma das maiores e que melhor exemplifica o dia a dia nestes lugares é a Fajã dos Vimes.
Fica na freguesia da Ribeira Seca e está protegida por uma encosta com cerca de 400 metros de altura.
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A maioria dos habitantes vive da agricultura, com uma economia familiar que se carateriza ainda pela plantação de café, inhame e o fabrico artesanal das famosas colchas de S. Jorge.
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Os visitantes percorrem facilmente ruas e lugares onde se podem ver as plantações ou assistir às tecedeiras a trabalhar em teares tradicionais, alguns com mais de um século.
Junto ao mar está a igreja e um império, uma casa pequena, de arquitectura popular e associada à irmandade do Espírito Santo.
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Há ainda o café com as paredes repletas de notas oferecidas por emigrantes e estrangeiros. A maior parte são dólares. Algumas notas têm escrito quem as ofereceu e o lugar de origem.
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A família Nunes, proprietária do café tem ainda a maior plantação de café em todo o arquipélago.
As casas de basalto marcam a preto e branco a zona mais plana da fajã e ainda há sinais dos socalcos nas escarpas onde se faziam plantações.
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António Gomes, Presidente da Associação dos Amigos de Fajã dos Vimes, destaca igualmente os caminhos que iam dar às moradias e que são agora passeios pedestres.
A agricultura e o casario sofreram uma profunda transformação com o tremor de terra de 1757, dois anos depois do mesmo ter sucedido no continente. Aqui também foi devastador. Destruiu por completo Fajã dos Vimes e rapidamente a população reconstruiu por sua própria iniciativa as casas e o templo religioso. No entanto, viviam em pobreza profunda e todos trabalhavam para o vínculo do Conde de Aveiras.
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Uma propriedade que ia da Fajã dos Vimes até ao final da encosta do outro lado da ilha.
O primeiro juiz de fora, João Ricardo Galhano, oriundo de Aveiro, escreveu ao Rei D. José a denunciar a situação de quase escravatura dos trabalhadores agrícolas que, além do mais, tinham reconstruído a povoação e era profundamente injusto a situação a que estavam submetidos.
Por carta régia, D. José ordenou que a propriedade da terra fosse entregue a quem a cultivava.
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Em termos de propriedade agrícola a Fajã dos Vimes tem ainda a particularidade de ter artigos, propriedades rurais, muito pequenas. Com menos de uma dezena de metros quadrados. Vêm-se facilmente devido às divisórias de pedras um pouco acima da igreja.
Estão numa zona fértil a que chama “Rio” por passar um pequeno ribeiro. Este terreno era muito procurado para a plantação de inhame, um produto essencial na dieta alimentar e que foi introduzido nos Açores antes da batata. Ainda hoje se encontram no Rio várias plantações de inhame.
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Na estrada para a Fajã dos Vimes há vários miradouros deslumbrantes e uma paragem obrigatória é num desfiladeiro onde uma ribeira é aproveitada por vários moinhos de pedra.
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A estrada é companheira da vista para o canal de S. Jorge e a ilha do Pico. Uma paisagem natural que está em constante mudança, em particular a vista para a montanha mais alta de Portugal.
Fajã dos Vimes faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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