![Sabe onde fica a maior queda de água de Portugal Continental?](/assets/img/blank.png)
Conforme bate na escarpa o fio de água alarga-se e acentua o contraste com o xisto escuro. O barulho do embate da água domina toda a área envolvente.
![Frecha da Mizarela Frecha da Mizarela](/assets/img/blank.png)
Do miradouro de Mizarela não se consegue ver o final da queda de água. A vegetação densa e a forma como o vale é encaixado esconde o leito o rio.
Carvalhos negros e carrascos agarram-se às encostas e a vegetação rasteira é agreste. Para uma vista mais próxima temos de descer e o caminho não é fácil.
![Frecha da Mizarela Frecha da Mizarela](/assets/img/blank.png)
Este é um dos motivos porque o vale tem sido indomável. Afirma a bióloga Susana Bastos que a área de carvalhal que existe na Frecha da Mizarela acabou por ter uma proteção especial exatamente pelo difícil acesso ao local.
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"É uma área muito singular que tem uma combinação de espécies sobretudo vegetais que são de enorme valor. Encontramos espécies como o saramago das rochas ou o cardo-corredor-gigante (Eryngium) que somente ocorrem neste vale encaixado. Exatamente pelo encaixe que o vale apresenta, garante a sua proteção e a preservação até à atualidade. São espécies únicas no território do Arouca Geopark e a distribuição a nível nacional e europeu é também muito limitada".
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Um outro sinal do isolamento é a existência de espécies da floresta anterior às últimas glaciações, há 20 milhões de anos. "Em todo o território do Geopark é apenas na base da Frecha da Mizarela que encontramos o Loendro, característico da Laurissilva".
Estamos a mais de 900 metros de altitude, na serra da Freita, e o vale, praticamente, é também o refúgio de algumas aves que podemos ter a sorte de ver em algumas épocas do ano, como sublinha Susana Bastos: “podemos observar, em especial na Primavera e no Verão, aves como a águia cobreira ou o melro das rochas que são espécies que visitam a serra da Freita apenas neste período. São espécies migratórias e que acabam por encontrar aqui o alimento necessário nesta época do ano.”
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Têm muita liberdade para voar porque são poucos os sinais da presença humana.
Mizarela tem meia dúzia de casas e do outro lado do vale, quase no topo da serra, está Castanheira e um pouco mais acima, o fantástico miradouro do IPMA.
A pequena aldeia das Pedras Parideiras tem em volta vários socalcos que são usados para a agricultura.
![Frecha da Mizarela Frecha da Mizarela](/assets/img/blank.png)
Do lado de Castanheira também temos uma perspetiva interessante da Frecha da Mizarela. A vista revela como se forma o vale. Uma zona plana, de granito, que consoante muda para o xisto, para escarpas, cria uma enorme falésia que a erosão provocada pelo rio ajuda a acentuar.
Na explicação de Alexandra Paz, geóloga, “na Frecha da Mizarela o rio Caima, que se forma na zona do planalto, ao atravessar da zona granítica para o xisto, revela como é diferente a resistência das rochas".
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A erosão foi maior no xisto. Vamos encontrá-lo na base da queda de água, enquanto que o granito observamos nas imediações da aldeia da Mizarela. Na zona do Contacto Litológico confirmamos essas rochas lado a lado.
![Frecha da Mizarela Frecha da Mizarela](/assets/img/blank.png)
“O miradouro da Frecha da Mizarela e o Contacto Litológico percebermos a diferença entre as rochas e o impacto na paisagem dos seus diferentes comportamentos.”
Curiosamente, depois da queda de água, o rio Caima segue por um percurso estreito porque o vale encaixado não lhe dá liberdade para se alargar.
![Frecha da Mizarela Frecha da Mizarela](/assets/img/blank.png)
Há caminhos que nos levam ao fundo do vale mas convém ter indicações precisas sobre o percurso.
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Frecha da Mizarela - a maior queda de água em Portugal Continental faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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