![Um abraço da altura da Marofa. A história do santuário no alto desta serra](/assets/img/blank.png)
A Marofa não é muito extensa. Estende-se por cerca de 10 km em forma de cone.
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É a vizinha de Castelo Rodrigo e serve como excelente miradouro para as serras que escondem o rio Côa.
A visão alcança uma sucessão de montanhas cujo brilho se perde no horizonte.
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Como sucede em muitas outras elevações desta região, por estar mais próximo do céu, construíram capelas no cume das serras.
Na Marofa foi muito mais do que isso. Juntou-se a altura da Marofa à forte devoção que na época, em meados do século passado, existia em relação a Nossa Senhora de Fátima e construíram um santuário.
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Alminhas, capelas, gruta, mistérios do rosário… “a capela de N. Srª de Fátima, a Via Sacra. Tudo no tempo do Sr. Padre Canário. Foi ele que mandou fazer a Via Sacra”. Os pormenores foram acrescentados por Maria do Carmo que vive na bonita aldeia histórica de Castelo Rodrigo.
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Na sua casa ainda guarda uma fotografia da inauguração da capela em 13 de Agosto de 1947.
Foi paga com dinheiro do povo e na primeira festa acenderam uma fogueira no alto da Marofa para ser vista em toda a região.
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Este ritual continuou durante vários anos e a fogueira até foi antecipada para o dia 12 de Agosto. O pai do senhor Sebastião acendia três fogueiras. Uma em direção a Almeida, outra para Pinhel e a terceira era vista em Figueira de Castelo Rodrigo. Era o anúncio da festa.
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Hoje há menos gente a ir à romaria que mudou para Maio. No entanto, continua a reunir féis de vários concelhos vizinhos. “Fora da festa há quem faça promessas e vai lá rezar a Nossa Senhora.”
Durante o ano, talvez, a maioria dos visitantes vai ao alto da Marofa por causa da vista. E há uma perspetiva que todos registam.
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Um enorme Cristo-Rei com 6 metros de altura e de granito. Está à beira de uma ravina de braços abertos virado para o imenso planalto que abrange Figueira de Castelo Rodrigo, a albufeira da barragem de Santa Maria de Aguiar e Espanha.
O Cristo-Rei abraça as gentes de Riba-Côa e as dezenas de antenas, um pouco acima, garantem as comunicações.
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Há ainda um cruzeiro. Foi colocado em 1949 quando a Câmara Municipal concluiu o caminho de 4km até ao alto da serra. Mesmo com a estrada muitas pessoas faziam-se transportar por animais. “Primeiro íamos de burro, mais tarde passamos a ir de machos. Não havia carros como hoje. Fora do período da festa íamos nove raparigas, na altura das novenas. Ao santuário da Marofa ou à igreja do convento de Santa Maria de Aguiar”.
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Maria do Carmo refere um convento que não é distante e que constitui um dos mais ricos testemunhos da Ordem de Císter em Portugal. Uma visita imperdível.
Regressamos à Marofa para um caminho que é único pelo seu enquadramento natural e pelas pequenas construções em pedra.
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São nichos que representam a Via Sacra e, de certa forma, com a sua rusticidade e o esforço da subida íngreme reforçam a ideia de sacrifício, físico e espiritual.
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A capela no Santuário é muito diferente. É toda branca e é muito simples a decoração do interior. Na fachada tem inscrita a data da inauguração.
Um abraço da altura da Marofa faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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