Quase tudo no Seixal aconteceu e continua a acontecer à volta do rio. Desde o seu nome, que terá tido origem nos seixos existentes nas praias ribeirinhas, que os pescadores usavam como lastro, passando pelos estaleiros que construíram as naus que levaram os portugueses à Índia, e pelos moinhos de água, tudo nesta povoação parece ter-se desenvolvido ao ritmo das marés.

A pesca e as atividades náuticas ainda marcam presença na baía, mas há outras atrações que podem surpreender quem atravessa o rio de barco e desembarca no cais do Seixal à espera de encontrar apenas mais um dormitório urbano.

Perto da capital, mas afastada do reboliço citadino, o Seixal, com a sua marginal ribeirinha de 14 quilómetros e espaços verdes, convida-nos a conhecer com calma, o seu rico património histórico, cultural e natural.

A Baía do Seixal é incontornável. Longe vai o tempo em que por aqui passavam mais de vinte tipos diferentes de embarcações. Dessas, restam hoje apenas duas: o bote de fragata e o varino. Nem a muleta de pesca, que figura no brasão do Seixal sobreviveu. Quem a quiser ver agora, tem de se contentar com uma miniatura, apresentada na exposição do Ecomuseu Municipal.

Porém, os amantes da natureza não têm porque ficar dececionados com a Baía do Seixal. Afinal, toda esta área, com cerca de 482 hectares, está inserida no estuário do rio Tejo e é um autentico museu vivo de biodiversidade!

Rica em fauna e flora, nos seus sapais podem ser avistadas mais de 100 espécies diferentes de aves, entre as quais o flamingo, o perna-longa, o alfaiate, o pato-bravo e a garça, assim como diversas espécies de moluscos, crustáceos e peixes, o que ajuda a explicar porque a Baía e respetivas frentes ribeirinhas estão classificada como Reserva Ecológica Nacional.

Também o Parque Urbano do Seixal localizado no Alto Dona Ana, dentro da zona de uma antiga corticeira, também é um lugar maravilhoso para passear e relaxar. Podemos percorrer os trilhos assinalados por entre sobreiros e carvalhos, apreciar as vistas panorâmicas para o Seixal e para Lisboa e depois  fazer um piquenique na zona das merendas.

No centro histórico, a  indústria, outrora com presença significativa, praticamente desapareceu, mas mantém-se alguns pontos de interesse como a Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, os fontanários históricos, a Praça Luís de Camões, o Pátio do Genovês e a Praça dos Mártires da Liberdade.

A arte urbana, o Ecomuseu, o Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal, a fábrica corticeira Mundet e, um pouco mais afastado do centro, mas ainda no concelho, o Moinho de Maré de Corroios, a Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços, a Olaria Romana da Quinta do Rouxinol e o núcleo histórico de Amora, também merecem atenção, assim como a Quinta da Fidalga que para além de possuir um palacete do século XV, uma capela e um lago de maré, apresenta uma interessante coleção de azulejos. 

Ainda que haja muito por descobrir no concelho, o verão convida mesmo é à praia e a mergulhos, e o melhor de tudo é que no Seixal não é preciso ir muito longe para fazer isso mesmo. 

Situada bem no centro da cidade, com nadador-salvador e outras estruturas de apoio, a Praia do Seixal, tem um belo areal à nossa espera.

Seixal
Seixal créditos: The Travellight Word

Na frente ribeirinha, pontuada por esplanadas, a gastronomia também marca presença e convida à degustação de sabores típicos (ou mais atuais). Há o "Lisboa à Vista" que é um antigo cacilheiro transformado em restaurante; o "Adega 33"; a "Taberna do Sousa" e tantos outros. Basta escolher.

A  calma deste lugar ajuda a esquecer que a poucos minutos dali, a agitada Lisboa espera por nós. Apetece demorar mais um pouco e apreciar uma vez mais, a vista de outro ângulo… na margem esquerda do Tejo.

Seixal
Seixal créditos: The Travellight Word

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