Se para muitos esta é a altura ideal para sair à rua e festejar, para outros o caos que se instala pelos bairros mais tradicionais da cidade é motivo para procurar sítios tranquilos e longe da confusão. Assim, se pertence ao segundo grupo, ou simplesmente quer conjugar a semana do feriado nacional de 10 de junho e do Santo António (13 de junho, feriado em Lisboa) com alguns passeios, deixamos sugestões de lugares tranquilos de natureza e cultura, na capital e arredores.

Tapada das Necessidades

Começou por ser uma zona reservada aos passeios da casa real. É agora um dos mais sossegados e convidativos espaços verdes de Lisboa, ideal para piqueniques e passeios, e onde a probabilidade de encontrar multidões é zero. A tapada tem grandes zonas arborizadas e ainda um moinho, uma estufa circular, lagos, um parque infantil e o pavilhão de pintura da rainha D. Amélia. Informações de horários e acessos aqui.

Tapada das Necessidades
Tapada das Necessidades créditos: Câmara Municipal de Lisboa

De bicicleta (ou a pé) até Monsanto

O corredor verde de Lisboa não é sempre verde, mas vale bem a pena. É possível ir do alto do parque Eduardo VII até Monsanto a pé ou de bicicleta, por percurso assinalado. O trajeto de 2,5 km (só de ida) leva-nos por uma variedade de paisagens e pontos de interesse até chegarmos ao coração de Monsanto. E é aí que, finalmente (e geograficamente), sentimos que estamos fora da cidade, rodeados de mais das 250 mil árvores que fazem do parque uma das zonas mais frescas e respiráveis da capital. As águias-de-asa-redonda no céu não enganam. Veja o mapa do percurso aqui.

Parque Florestal de Monsanto
Caminho no Parque Florestal de Monsanto perto de Campolide créditos: Pedro Neves

Tapada da Ajuda

A Tapada da Ajuda era, tal como a das Necessidades, um parque da monarquia portuguesa. Hoje em dia, abriga o Instituto Superior de Agronomia e apresenta-se como parque botânico, sendo um dos mais bonitos e frondosos parques botânicos de Lisboa. Atualmente com cerca de 100 hectares possui diversos espaços verdes e infraestruturas abertas ao público, incluindo uma reserva botânica reconhecida internacionalmente pela sua floresta única de zambujeiros. Aqui encontra mais informações sobre como visitar.

Tapada da Ajuda
Caminho no interior da Tapada da Ajuda créditos: Pedro Neves

Casa da Cerca (Almada)

Do Cais do Sodré a Cacilhas são oito minutos de barco. Ali chegados, é seguir as ruas mais a pique na direção de Almada velha, do castelo e da Casa da Cerca. Esta é, desde alguns anos, um centro de arte contemporânea da Câmara Municipal, com exposições e um fabuloso jardim que dá sobre o rio. É, provavelmente, a melhor vista sobre a cidade.

Casa da Cerca
Casa da Cerca créditos: Pedro Neves

Mosteiro de São Vicente de Fora

Por falar em vistas, sabia que o Mosteiro de São Vicente de Fora guarda um dos melhores miradouros de Lisboa com vista de 360 graus? Admira ser pouco conhecido. É um edifício emblemático e tem um património riquíssimo, desde os azulejos até a galeria dos patriarcas, exposições de conchas, arqueologia, arte sacra e o panteão dos Bragança (a quarta e última dinastia da monarquia portuguesa). Um lugar que vale a pena conhecer - leia mais aqui.

Mosteiro Vicente de Fora
Mosteiro de São Vicente de Fora créditos: andarilho.pt

Mata de Alvalade

O Parque José Gomes Ferreira, ou Mata de Alvalade como é vulgarmente conhecido, é um excelente local de descontração e lazer bem no centro da cidade. O parque situa-se em terrenos que outrora foram antigas quintas, como as Quintas de Alvalade, Charca e Narigão. A Quinta do Narigão, prolongamento da Mata de Alvalade, foi alvo de obra de reabilitação e encontra-se aberta ao público. A mata é composta por uma zona densamente arborizada, com bastante vegetação nativa. Para além da flora variada, esta mata serve de refúgio a várias espécies de aves.

Mata de Alvalade
Mata de Alvalade créditos: Câmara Municipal de Lisboa

Palácio Fronteira

Para além de ser um dos mais belos monumentos lisboetas do século XVII, o Palácio Fronteira é uma antiga quinta de recreio que se preserva numa forma muito próxima do seu desenho original. É possível visitar o interior do palácio que tem um museu. Depois, a visita fica completa com um passeio pelos jardins que conta com vários núcleos encantadores.

Palácio Fronteira
Palácio Fronteira créditos: Jorge Maio / Palácio Fronteira

Biblioteca de Alcântara

Para continuar a visitar palácios, pode ir até a Biblioteca de Alcântara que funciona no antigo Palacete do Conde de Burnay. Construído em finais do século XIX, integrava o vasto património da família Burnay, mas acabou por abrir portas à comunidade. Na década de 1930, albergou a Escola Comercial Ferreira Borges. Em 1961, testemunhou um dos mais marcantes acontecimentos na Alcântara contemporânea. Na então rua da Creche é assassinado pela PIDE o artista plástico e militante antifascista José Dias Coelho, imortalizado por Zeca Afonso na música "A morte saiu à rua" e no topónimo que renomeou a rua. Após as obras de requalificação, o edifício abriu ao público como a nova biblioteca de Alcântara. Além do interior da biblioteca, é também possível visitar o jardim.

Biblioteca de Alcântara
Biblioteca de Alcântara créditos: Ana Luísa Alvim / CML

Serra de Montejunto (Alenquer e Cadaval)

A Serra de Montejunto é um refúgio a cerca de 50 km de Lisboa. É um abrigo para pessoas, animais e plantas. Está entre o mar e uma zona agrícola com forte intervenção humana. Preserva vários ecossistemas e, por isso, foi classificada como Paisagem Protegida em 1999. Aqui encontra mais informações sobre este lugar que conta com vários pontos de interesse.

Serra de Montejunto
Serra de Montejunto créditos: andarilho.pt

Miradouro Cabeço de Montachique (Loures)

Na região metropolitana de Lisboa é um dos miradouros com vista mais ampla, que pode também ser desfrutada num baloiço. O acesso é fácil. Fica próximo da A8, e rapidamente damos pelo miradouro Cabeço de Montachique. Está no alto de um monte, a mais de 400 metros de altitude. No início do desvio que dá acesso ao miradouro, no lado esquerdo da estrada, estão as ruínas do antigo Sanatório Albergaria que foi mandado construir há um século por Francisco Grandella, o dono dos armazéns do Chiado. A construção tem a forma de estrela e nunca foi acabada. Vale a pena a visita.

Baloiço Cabeço de Montachique
Baloiço Cabeço de Montachique créditos: andarilho.pt