Chris Yan, nascido em Pequim, China, é um fotógrafo e diretor criativo com 43 anos de idade. Depois de se formar em arte e design pela Universidade de Comunicação da China, ganhou ampla experiência trabalhando com as principais agências de publicidade internacionais. Em 2013, fundou a sua própria empresa para criar e projetar anúncios para marcas conhecidas como BMW, Rolls-Royce, M&M's e Dove. Neste texto, explica como ganhou um novo interesse fotográfico pela sua cidade-natal após decidir emigrar para os EUA.

Descobri que muitas histórias interessantes e comoventes estão a desenrolar-se aqui.

Texto e fotografias por Chris Yan

Pequim é uma cidade cheia de contradições. É incrivelmente antiga, com uma história que abrange mais de 3 mil anos, e é uma das cidades com maior património cultural do mundo. No entanto, é também altamente moderna, servindo como capital da China, com uma população de mais de 20 milhões de habitantes. Ao caminhar por esta cidade, muitas vezes testemunhamos a colisão entre tradição e modernidade, criando a ilusão de viajar pela história e pelo futuro ao mesmo tempo. Pequim é o lar não só dos seus residentes nativos, mas também de uma população migrante de 8 milhões. As pessoas chegam e partem diariamente. Esta cidade tem uma cultura, costumes e estilo de vida únicos. Muitas coisas aqui permaneceram inalteradas durante centenas de anos, enquanto outras evoluem a cada dia.

Nasci, cresci, casei e tive um filho aqui. Antes de completar quarenta anos, nunca me interessei por esta cidade e nunca a fotografei porque a conhecia muito bem. Não houve nenhuma sensação de novidade ou impulso para pegar numa câmara. Há dois anos, porém, minha família tomou a decisão de emigrar. Dentro de três ou quatro anos deixaremos o país e vamos mudar-nos para os Estados Unidos. Nesse ponto, de repente, senti-me relutante em dizer adeus.

Felizmente, esta é uma longa despedida. Ainda me restam três ou quatro anos e decidi captar o máximo possível desta cidade e das histórias que aqui acontecem. Passo dois ou três dias por semana a fotografar a cidade – das ruas aos bairros, dos becos aos distritos comerciais, dos parques aos templos, e durante as mudanças das estações, da primavera ao inverno. Descobri que muitas histórias interessantes e comoventes estão a desenrolar-se aqui. Até agora, já tirei milhares de fotos, sendo mais de cem delas algumas das minhas favoritas. Espero que estas fotografias possam ser publicadas no futuro e que o título do livro se chame "O Longo Adeus".

Podem espreitar mais fotografias por Chris Yan aqui.