Com uma história que atravessa séculos e uma área de 40 hectares, as Salinas de Pedra de Lume estão classificadas como paisagem nacional protegida e como património natural, histórico e cultural de Cabo Verde.

Lugar excecional, localizado 39 metros acima do nível do mar, é paragem obrigatória para quem visita a ilha do Sal. E vale realmente a pena passar por esta exploração praticamente abandonada. Se não for para ver as salinas multicolores e flutuar nas suas águas salgadas, que seja para fotografar o cenário cinematográfico e ver os edifícios e estruturas usadas na antiga extração e transporte do “ouro branco”. Algumas caberiam num museu, mas ainda estão aqui, a enferrujar lentamente…

Como surgiram as salinas?

No passado, o lado norte da cratera esteve em contacto, por canais naturais, com o mar e durante um longo período de tempo a água salgada infiltrou-se pela pedra porosa do terreno, deixando um depósito de sal estimado em mais de cinquenta milhões de toneladas.

A história de Pedra de Lume

A atividade salineira na Ilha do Sal remonta ao final do século XVII, tendo desempenhado um papel crucial na ocupação e desenvolvimento da ilha.  No seu apogeu as salinas chegaram a exportar mais de 30 mil toneladas anuais de sal, mas no final do século XIX, a indústria do sal sofreu uma queda acentuada, nomeadamente  quando o seu principal importador, o Brasil, começou a impor medidas de importação restritivas.

Na década de 1920 a indústria assistiu a um renascimento quando a companhia francesa Salins du Cap Vert se estabeleceu na ilha, trouxe novos mercados — as colónias francesas e belgas em África,  e alterou para sempre a paisagem de Pedra de Lume com a instalação de um teleférico de 1100 metros de comprimento com capacidade de transportar até 25 toneladas de sal por hora que outrora escoava o “ouro branco” do interior para um porto próximo, e a abertura de um túnel na parede do vulcão que possibilitava melhor acesso às salinas. 

A segunda metade do século XX viu as exportações de sal caírem novamente e hoje, apenas uma pequena exploração de sal, destinada à confeção de produtos cosméticos e terapêuticos, é mantida no local. 

Entretanto Pedra de Lume ganhou popularidade como ponto turístico, atraindo diariamente dezenas de turistas que  se maravilham com a beleza tranquila do local e têm a oportunidade de flutuar sem esforço nas águas salgadas da cratera.

A experiência é proporcionada pela elevada salinidade da água que, combinada com as propriedades terapêuticas dos minerais vulcânicos, cria um autêntico spa natural, que muitos acreditam, oferece uma série de benefícios para a saúde, desde relaxamento do corpo até rejuvenescimento da pele. E, para um tratamento completo, há disponível lama terapêutica que os visitantes podem usar antes de entrar na água.

Porém, quando entrar nas lagoas salgadas, deve ter alguns cuidados: 

  • Evite o contacto da água com os olhos. A elevada concentração de sais na água pode ser abrasiva à conjuntiva ocular.
  • Não se esqueça de aplicar protetor solar antes de visitar Pedra de Lume. O sol é implacável na cratera e dentro da água salgada queima ainda mais.

Como chegar às Salinas de Pedra de Lume

As Salinas de Pedra de Lume situam-se no nordeste da ilha do Sal, a aproximadamente 6 quilómetros do centro da cidade de Espargos, a capital da ilha, e a cerca de 25 quilómetros de Santa Maria.

A partir de Espargos, é possível caminhar até às salina, mas o percurso é longo e dura cerca de uma hora e meia. Assim a melhor maneira de chegar até lá, a partir de Espargos ou Santa Maria é num carro alugado, de táxi, ou numa das excursões organizadas que dão a volta à ilha.

Quanto se paga para visitar as Salinas de Pedra de Lume?

A entrada nas Salinas de Pedra de Lume é gratuita para os cidadãos de Cabo Verde, mas custa cerca de 5 euros para estrangeiros. Inclui o acesso às lagoas salgadas e aos chuveiros de água doce onde pode “lavar o sal” após imersão nas salinas antes de ir embora.

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